segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fruto proibido?



"- ... Eu te amo.
- E por que você me ama?
- Eu te amo porque você é meu... Eu te amo por que você precisa de amor...

- Eu também te amo...
- E por que você me ama?
- Eu te amo porque... pra entender o nosso amor ia ser preciso virar o mundo de cabeça para baixo."

Do começo ao fim - Um filme de Aluizio Abranches


Nossa... É meio difícil começar a falar sobre esse filme. Primeiro por que é uma polêmica e como toda grande polêmica gera muitas controvérsias. Segundo por que eu gostei do filme, e pra quem me conhece já vão lançar a famosa e cansativa frase: “ Tinha que ser você mesmo...”
Mas aqui vou eu: O filme conta a história de dois garotos: Francisco, o mais velho e Tomás o mais novo e o amor que começa a surgir entr eles. São irmãos por pais diferentes, porém isso não serve como empecilho, pelo contrario, a proximidade entre os dois garotos chama a atenção de todos. Primeiro a mãe, depois o pai... De Tomás... Depois o pai... De Francisco... O insesto logo é deduzido pelos mais velhos, é uma típica história do irmão mais velho proteger o mais novo, e o mais novo ter o mais velho como herói. E assim segue a promessa de proteção mútua contra todas as adversidades que virão ocorrer. Claro que não relatarei o filme todo, pois quero despertar o interesse em vocês... Até eu, mente aberta que sou, achei um pouco pesado, não o filme, nem a abordagem, mas sim a situação. Imaginem esse caso perto de vocês ou com vocês... Como reagiriam? No filme foi relatado numa família linda, politizada, que o apoio e o diálogo estavam presentes sempre... Mas imaginem essa abordagem sobre um outro ponto de vista? Sabe-se que o preconceito que ainda impera é muito forte, nem todos vão aceitar a proposta... Sabem o que eu imaginei de imediato? Se o caso fosse retratado no seio de uma família pobre e com protagonistas negros, aí é que o caso pioraria. Pois entraria o racismo. As personagens do filme são brancas, lindas, felizes e com dinheiro, talvez o filme não cause tanto impacto como eu pensei que causaria por que foi mostrado o lado belo, o lado romântico e lindo. Aliás uma das partes que eu achei mais linda foi o momento das declarações proferidas quando eles estavam na cama... Iniciei esse post com um fragmento dele mas o completo é muito mais lindo.Foi extremamente lindo... Mas enfim, vale a pena conferir! Nada de preconceito... Observem a filosofia... O amor...
Fui!

Parte do elenco: Fábio Assunção
Júlia Lemmertz
Gabriel Kaufmann
Jean Pierre Noher
Mausi Martínez
Louse Cardoso
Lucas Cotrim
Rafael Cardoso
João Gabriel Vasconcellos.



Adoro esse...

ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às de vila-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.

HAVIA OS QUE tomaram chá em criança, e, ao visitarem família da maior consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente.” Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao que o Reverendíssimo correspondia: “Para sempre seja louvado.” E os eruditos, se alguém espirrava sinal de defluxo eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.

ANTIGAMENTE, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um cabrito, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, trazia novidades de baixo, ou seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de prosa e deixar de presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram grandessíssimos tratantes.

ACONTECIA o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.

MAS TUDO ISSO era antigamente, isto é, outrora.



domingo, 29 de novembro de 2009

Escute a SUA MÃE!

...Clóvis, aonde estão os óculos? Clóvis, aonde estão
os óculos?
Quem mandou você bulir aí?...

Banda Sua mãe

Claro que vale a pena conferir os sucessos dessa banda. Primeiro que é uma mistura de Reginaldo Rossi e pura boemia. O cantor utiliza de temas tidos como bregas: a traição, a dor de cotovelo, a solidão, a carência... Mix cômico e melodramático. A música “Menina malcriada”, por exemplo, lembra-me um brega sertanejo, misturando elementos do imaginário popular: mulher, cerveja, carência... (cá pra nós, essa me lembrou umas músicas de Amado Batista). Pros que bebem, aconselho a ouvir tomando um pilequinho... Sempre é bom... Pra compreender a VIBE musical...
As músicas que eu recomendo:
* Clóvis
* Vítima desse triste amor
*Menina malcriada
*Prefixo solidão
Só agora falo quem é o vocalista: Wagner Moura, o que é de surpreender, não vou mentir. Até pelo estilo das letras... não assisti a um show deles ainda, o que é uma pena... mas ta aí, espero que gostem! ;)

Link pra quem quer conferir mais...
http://www.myspace.com/bandasuamae

E se um dia alguém chegar e disser que no fundo você deve ouvir mais sua mãe, vá lá e ouça...
É sua mãe !