quinta-feira, 28 de maio de 2009

O grande Fradique

Apanhado rápido e displicente mas fundamental para um bom entendimento da obra.
Divide-s em duas partes:
* Memórias e notas
* Cartas

Na primeira parte o narrador (suposto amigo de Fradique) conta como o conheceu e o seu encanto com sua peculiar inteligência; Fradique, homem que viaja e curiosamente desbrava os quatro cantos do mundo entrando em contato com diversas culturas, incorporando assim novas formas de ver a vida. Ele atenta para a cultura do lugar onde esta: jeitos de vestir-se, de portar-se, a culinária que é diferente, enfim características diferentes do conservadorismo e tradicionalismo europeu. Rapaz de boa aparência.
No início ( no primeiro encontro) o narrador tinha-o achado um homem de regalos e metido a besta, mas depois de outros encontros( Em Paris, no Egito) os laços de amizade e intimidade foram se formando. O narrador o admirava pelo seu jeito politizado e de uma inteligência singular. Vira isso quando lera um poema de Fradique no jornal e desde então essa admiração só crescia. O livro é todo marcado pelo culto à forma, a estrutura, a beleza descritiva.

Fradique homem às vezes transitório ( na minha opinião) as vezes retratado pelo autor como ser altruísta porém se analisarmos uma citação dele em que diz que “... a ciência não pode ser compartilhada com a plebe...” notamos um tom mesquinho e preconceituoso.
Sobre a sociedade européia ele dizia que a parte pensante não produzia nada de novo; que estavam infectados pela banalidade. Segundo a narrativa do autor com relação a Fradique: Fradique dizia que para que um europeu conseguisse ter idéia novas, seria necessário uma viagem pelo mundo e um mergulho na cultura de cada lugar, se isolando do mundo pensante, vivendo com tribos, onde o europeu regressará á nobreza do estado de espírito primitivo. Fradique tinha o costume de definir ( ter suas próprias definições) o que salienta sua mente aguçada seu raciocínio rápido. Como quando perguntaram “ Qual a natureza da arte? Enquanto muitos repetiam explicações propostas e já conhecidas, ele sintetiza: A arte é o resumo da natureza feita pela imaginação. Ele gostava de saber sobre tudo. O estudo em que ele mais se prendeu foi história. Além d livros diversos e filosóficos e textos, sua cultura era complementada com suas viagens. “ tenho foleado e lido atentamente o mundo como um livro cheio de idéias” Ele afirmava gostar de Portugal porém, dizia que faltava-lhe uma atmosfera intelectual e ainda detestava os políticos que estavam lá no poder, considerava-os incultos, nutrindo não só horror físico como intelectual. Detestava a Portugal que vivia uma imitação de Paris.
Ao morrer, ele confiou seus escritos à Madame Lobrinska e acaba por criar um mistério a cerca do conteúdo desses papéis.
Antes de escrever o livro: O narrador pergunta a Fradique por que ele não compartilha as suas idéias com os outros através de um livro. Ele revoltado responde: “ Ninguém sabe escrever. Só se podem produzir formas sem beleza: e dentro dessas mesmas só cabe metade do que se queira exprimir, porque a outra metade não é redutível ao verbo. Depois de conhecer um livro d correspondências, Fradique confessa que este é um bom jeito de se publicar as idéias de Usando dessa justificativa e de outra que segundo o narrador é por puro patriotismo( uma nação só vive por que pensa. Só através da ciência, das artes, da literatura, o povo evolui) que ele decide publicar as idéias do homem quem para ele fora um marco na história.