quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Interiorização

Me questionam sobre o por que de eu ter escolhido jornalismo para o vestibular.Alegam ser uma área ruim na minha cidade, com baixa remuneração. Opinam então: Por que não cursa Direito?
Para falar a verdade nem eu sei o por que de jornalismo, só sei de uma coisa: Gosto das palavras.
Sei que não expressam tudo, mas gosto de brincar com elas, poucos sabem do seu poder. Persuadir,modificar, levar
informação, causar confusão. A idéia transcrita num texto pode estar subentendida e como diz minha professora de literatura " A metáfora é complicada, mas ela comunica"
Procurarei não decepcionar um leitor e com étca, traçarei meu trabalho.

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Clarice Lispector

Pão e circo João Ubaldo Ribeiro

Juvenal, o poeta romano que pela primeira vez escreveu a frase, repetida há
quase dois mil anos e aqui lembrada de forma muito livre, segundo a qual o
povo quer mesmo é pão e circo, ou seja, comida e diversão, não era um
aristocrata desdenhoso. O fato de sua vida ser misteriosa até hoje vê-se
como indício de que foi perseguido pelos poderosos — e no tempo do imperador
Domiciano, que, sob muitos aspectos, não era flor que se cheirasse.

Escondeu-se tanto que se sabe sobre ele muito menos do que possível, em
circunstâncias, digamos, normais.

Diz-se que ele não só simpatizava com os pobres como partilhou com eles a
impecúnia durante a maior parte da existência.

É necessário lembrar isso porque quem vê a citação sem maiores informações,
pode achar que somente mostrava o desprezo de um aristocrata pela chamada
gentalha. Mas era o contrário. Era uma constatação melancólica.

Enquanto houvesse bastante diversão e não se passasse fome, as instituições
podiam ir para o beleléu à vontade e os césares podiam fazer o que bem
entendessem, notadamente acabar de desmoralizar o Senado, que tanto então
quanto hoje ajudava bastante.

Para o resto, ninguém dava pelota e isso o entristecia.

O nome de um homem e o que ele disse não atravessam milênios à toa.

Mesmo as grandes besteiras são lembradas devido a seu porte e,
freqüentemente, ao emproado que as pronunciou de boca cheia. Por uma boa
razão, Juvenal e seu pão e circo também volta e meia aparecem. Durante toda
a história da humanidade, muita gente deve ter feito observações
semelhantes, mesmo sem ter ouvido falar nele.

Ou, ao saber da frase, pensado um pouco e achado que, embora um tantinho
generalizadora (mas dentro da margem de erro, como está na moda dizer-se),
continha muita verdade.

Modestissimamente, acho que sou um desses casos. E que os nossos
governantes, em todos os poderes em que fingem dividir-se por conveniência e
para aparentar obedecer a alguma lei que não lhes interesse (coisa que
jamais acontece definitivamente a um brasileiro poderoso, ou seja obedecer a
uma lei que o atrapalhe), compreenderam e põem em prática com brilhantismo
essa filosofia de governo. Com a informática e seus celulares, as redes
internacionais de televisão e seus eventos espetaculares, os shows de praia,
o carnaval e outros expedientes, a diversão está mais que garantida.

Do ponto de vista do governante, dando-se o pão com bolsas família, cestas
básicas e outras das dezenas de esmolas ora vigentes, o pão do espírito, ou
seja, o deleite estético, a fruição das artes e da cultura e da plena
condição humana, é concomitantemente fornecido. Claro que o nível do povo
precisa ser satisfeito com o que ele está preparado para apreciar, dado o
baixo nível de nossa educação.

Então o que ele tem já dá de sobra e nos tornamos um povo de sensibilidade
apurada, com acesso ao que de pior se faz de lixo internacionalmente e
dizem, por exemplo, que o nosso Big Brother não fica devendo nada ao Big
Brother de outro país nenhum.

Ninguém pensa além do nível necessário, e isso assegura a estabilidade do
esquema "pão e circo". Não fora a possibilidade de um ofendidíssimo fantasma
de Juvenal vir me assombrar logo mais à meia-noite, eu sugeriria aos colegas
que militam no campo do comentário político que examinem a adoção da
expressão "república juvenalina". Ela sumariza com grande eficácia e
expressividade o que vivemos aqui. Para bom entendimento, é suficiente e
imagino que entrevistas nas quais estrangeiros querem que a gente descreva o
Brasil em poucas palavras, já dispomos dessa "taquigrafia". Como é o Brasil?
Bem, é complicado explicar, mas, acho que, se lhe disser que é uma república
juvenalina, você entenderá logo.

Claro que existe o lado B, sempre existe um lado B. O lado B é que,
diferentemente do Leviatã de Hobbes, que também mandava em tudo, mas tinha a
obrigação de prover segurança ao cidadão, os governantes juvenalinos não a
dão, até porque a insegurança preenche carências masoquistas e paranóicas
existentes em qualquer sociedade, como testemunharão aqueles que nunca
viveram melhores emoções vicárias do que acompanhar um seqüestro ou
assassinato, ou mesmo se distraíram passando trotes para as vítimas, como
sempre ocorre. Segurança não; diversão, sim, é a exigência basilar do
juvenalismo.

Os governantes se esforçam. Agora mesmo está em cartaz "A saga do pré-sal"
ou a farsa "Meti o dedo, acho que tem ovo, já vendi duas dúzias", onde
somente a parte do dedo (e não no da galinha) deverá ser encenada, mas já é
divertida o suficiente. E não sei se vocês ouviram as piadas do presidente,
uma atrás da outra, um desses dias aí em que ele estava na ribalta do
Pré-Sal. Sim, ele brincou dizendo que achava que o mar era salgado por causa
do xixi dos banhistas, não é engraçadíssimo e bem sacado? Ele é sempre
impagável.

Já nas comunidades independentes, em que nem o presidente entra sem
permissão do governo local, a coisa pode evoluir diferentemente.

Saiu nos jornais que traficantes e outros bandidos deram para usar jacarés
contra inimigos ou vítimas. Estaremos a um passo de espetáculos como os do
Coliseu romano, com membros de facções rivais sendo jogados vivos às feras,
armados apenas com um estilete? Tenho certeza de que o comparecimento e a
diversão seriam intensos, não só a dos presentes como a nossa, nos
horrorizando deliciosamente diante da tevê. E, de qualquer forma, o Ibama
(esse, sim, entra lá) proibiria os jacarés e outras feras nativas, e íamos
ter de recorrer a leões, nada de estressar a nossa fauna. Vocês dirão:
aquilo acontecia entre pagãos, agora somos cristãos civilizados. Os bandidos
que hoje matam aos poucos, esfolam, queimam ou enterram vivos também são
cristãos civilizados. Já vi gente achando graça na história dos jacarés.

Juvenal estava certo em qualquer lugar.

sábado, 20 de setembro de 2008

Nota rápida


O famoso Cirque du Soleil virá a Salvador, em 2009. A notícia foi anunciada no site da prefeitura, que entregou à empresa Caco de Telha Entretenimento a responsabilidade de trazer a companhia à cidade. A vinda do Soleil à capital baiana está dentro da estratégia do executivo municipal de "dinamizar a atividade cultural e econômica da cidade, colocando-a cada vez mais nos roteiros internacionais". Conforme dados oficiais, a estada na cidade do grupo - formado por cerca de quatro mil integrantes - irá representar cerca de mil diárias de hotel.


RETIRADO DO SITE DO JORNAL A TARDE


Dia mundial de limpeza das praias




Não é do conhecimento de todos mas hoje dia 20-09 é o dia mundial de limpeza das praias.

Criado com o objetivo de preservar o ambiente marinho, alertando atrvés de mutirões de limpeza, em que voluntários levam informação sobre como o lixo poderá afetar se não for tratado de forma devida e ser descartado de qualquer forma nas praias. Propõe uma reeducação da população perante esse assunto ( O separamento do lixo) e a importância da reciclagem.


Os oceanos têm sido o depósito final dos dejO desequilibrio ambiental causa impactos negativosetos humanos. Com o advento da produção de plásticos, isopores e espumas este problema vem se agravando dia-a-dia.

O desequilíbrio causa impactos negativos; não só estéticos (água sujas e fétidas) como econômico( com a poluição de praias, a redução de banhistas, logo de consumidores, gerando desemprego dos que montam a sua vida com base do sustento tirado do mar.)


Maiores informações:

domingo, 14 de setembro de 2008

DJAVAN NA CONCHA


Ultimamente nós baianos estamos sendo agraciados por muitos shows de artistas clássicos e requintados. ( Ana Carolina, Jorge Vercilo, Frejat, Adriana Calcanhotto dentre outros mais à listar.)

No dia 21
MÚSICA: DJAVAN
O cantor e compositor Djavan apresenta o show de seu novo disco, “Matizes”, um trabalho autoral com 12 novas canções. No show, ele vai além das novas composições ele faz um painel de sua vasta obra. Um show que vai de sambas ao blues, das baladas aos boleros, de canções inventivas (como a bossa nova de protesto) às canções típicas.
Horário: 18h30
Ingressos à venda (inteira): R$ 60,00

Escute o novo single de Djavan: Pedra
http://br.youtube.com/watch?v=hdmEVp8UYHc&feature=related
http://www.djavan.com.br/main.php

Adriana Calcanhotto em Salvador


Ocorreu na última sexta-feira e no sábado, o show de lançamento do cd Maré da cantora Adriana Calcanhotto, no TCA.
Apresentou um repertório misto, cantando também muitos de seus antigos sucessos, como Esquadros, O nosso amor, Fico assim sem você dentre outras. Apresentou uma nova também: " Um samba que fiz para Martinalha e que a Marisa Monte se apropriou" diz a cantora.
Cantora de requinte e abençoada com uma bela voz transposta em suas músicas hipnotizantes.
Ela é acompanhada por jovens músicos: Bruno Medina, Marcelo Costa, Domenico Lancelloti e Alberto Continentino.
Depois de seis anos vem para Salvador e nos brinda com um belo show.

http://adrianacalcanhotto.com/mare/index.html

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Mais um...


segundo do site:/www.filmesdahora.com
A versão cinematográfica do livro "Anjos e Demônios" escrito por Dan Brown (mesmo escritor de "O Código Da Vinci"),tem data prevista para a estréia do filme é em 12 de dezembro de 2008.

Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Robert Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado na Suíça. Ele descobre indícios de algo inimaginável: a assinatura macabra no corpo da vítima é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade que ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a Igreja Católica. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal.
Eu só espero que esse seja bom.

Enfim, o tão esperado filme.




" Ensaio sobre a cegueira" livro de Saramago passou para as telonas numa adaptação do renomado Fernando Meirelles. A sua estréia é nod dia 11 se setembros nos cinemas brasileiros.

O livro conta a história de uma epidemia que se abate sobre a humanidade. Uma cegueira,que em vez da escuridão, as personagens estão imersas numa brancura inexplicável. Traz em foque questionamentos sobre a essência humana e o seu papel numa sociedade em que cegamos para os problemas da grande maioria. A doença primeiro se abate a um motorista (visto que as personagens não possuem nomes, são identificadas pelo seu papel na sociedade. Ex: Médico e mulher do médico). À medida que a doença avança, os infectados são desumanamente postos em quarentena, em um local superlotado, onde as condições de higiene eram precárias e a auto-estima das pessoas caía vertiginosamente.

Os locais de filmagem foram a cidade brasileira de São Paulo e a canadense Toronto. O filme é falado em inglês, e seu título original é”Blindness” (cegueira em inglês). O seu elenco é internacional e conta com nomes de peso como Julianne Moore, Alice Braga e Gael García Bernal.

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TRAILLER:
http://br.youtube.com/watch?v=AyYZA7bLsYA

sábado, 6 de setembro de 2008

Pela janela



Pela janela o vazio te preenche e derrepente no gélido vento você não se sente só. Pela janela o tempo passa, o moço passa e a vida se dá. Imerso em suas vidinhas cada um segue. A janela de um link; de um escape. Uma fuga. Crianças correm, os passaros cantam, mulheres seguem seu mantra.
Na janela a moça ri e acena para a janela a seguir. Quadradas, redondas, vitrais. Se estais sozinho, caminha até a janela e abre-te para a vida, e repara. Repada o que quebrou e olha o que não olhou.